Mostrar mensagens com a etiqueta poesia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta poesia. Mostrar todas as mensagens

sábado, janeiro 24, 2009

Curtas #0035

“Pois que canto de pássaros é preciso ouvir de perto se, estando nós felizes, eles conseguem cantar dentro do peito?”

--

“A musa de Camões”
p. 18
Maria Helena Ventura
Editora Saída de emergência

http://www.saidadeemergência.com/

--

Dedicado à cabecinha de fogo, que me parece estar a precisar de miminhos
:-)

quinta-feira, abril 24, 2008

#00.171 Fernando Pessoa "O amor, quando se revela"

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.


Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Roubado daqui:

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Curtas #0025

António Variações
"Amor de conserva"

Porque o nosso amor
É um amor de conserva
Que nós temos de reserva
Prós dias que hão-de vir

Porque o nosso amor
Entrou naquela rotina
A cumprir aquela sina
Que o fez começar

Porque o nosso amor
O nosso amor
Conserva
O nosso amor

Porque o nosso amor
É uma voz que desafina
Que sabe que nunca atina
Mas que não se quer calar

Porque o nosso amor
É um amor de conserva
Que nós temos de reserva
Prós dias que hão-de vir

Porque o nosso amor
O nosso amor
Conserva
O nosso amor
É um amor de conserva

terça-feira, dezembro 25, 2007

[Omar Khayyam, Os Rubaiyat]

9

Que pobre o coração que não sabe amar
e não conhece o delírio da paixão.
Se não amas, que sol pode te aquecer,
ou que lua te consolar?

segunda-feira, setembro 24, 2007

#00.148 Amor perfeito

Não há
Nunca houve

Centenas
Num canteiro
Que contemplo
Surpreendido e distante


Londres
5 de Junho 97
[ Alberto de Lacerda, Horizonte ]

quarta-feira, setembro 14, 2005

#00.056 RITA LEE - “Amor e Sexo”

Amor é um livro,
Sexo é esporte.
Sexo é escolha,
Amor é sorte.

Amor é pensamento, teorema,
Amor é novela,
Sexo é cinema.

Sexo é imaginação, fantasia,
Amor é prosa,
Sexo é poesia.

O amor nos torna patéticos,
Sexo é uma selva de epilépticos.

Amor é cristão,
Sexo é pagão.
Amor é latifúndio,
Sexo é invasão.

Amor é divino,
Sexo é animal.
Amor é bossa nova,
Sexo é Carnaval.

Amor é para sempre,
O Sexo também.
Sexo é do bom,
Amor é do bem.

Amor sem sexo é amizade,
Sexo sem amor, é vontade.

Amor é um,
Sexo é dois.
Sexo antes,
Amor depois.

Sexo vem dos outros e vai embora,
Amor vem de nós e demora.

Ai o amor,
Mmmm, o sexo!