Em décadas de vivência não monogâmica, fui confrontado repetidamente com frases do género:
"Não quero partilhar(me).
É uma questão de respeito."
Como se a nossa entrega a outras pessoas de forma honesta, sentida, sem enganos de parte a parte, fosse algo desrespeitoso.
Para essas pessoas a monogamia será, talvez, um paradigma de uma boa relação, correcta, honesta.
Eu diria que falta de respeito estará no impor, no mentir - não numa escolha pessoal que respeita a auto determinação alheia.
O hOMEM pASMADO
desabafos de um troglodita moderno
sexta-feira, maio 08, 2020
PORQUE A NECESSIDADE PESSOAL DE EXIGIR A MONOGAMIA A TERCEIR@S?
Deixando de lado teorias sociais / antropológicas, porque sentirá uma pessoa a necessidade de exigir à outra um comportamento monogâmico?
1. Paridade - Uma espécie de: se te dou monogamia, tens de me dar também.
Argumento que, a ser aplicado a muitas situações de uma vivência conjugal, daria confusão.
Será legítima / defensável, essa exigência?
2. "Solidão" - se a "nossa" pessoa estiver com outra, estaremos sós.
Por algum motivo
Se a "nossa" estiver a trabalhar;
Com a prole de outras relações;
Em hobies não partilhados;
Esse argumento não parece ter um peso determinante.
3. A dificuldade em gerir as emoções:
Os ciúmes / sentimento de posse, o medo de perder a outra pessoa, de ser "pior"...
--//--
Independentemente das nossas motivações parece-me que a exigência é o resultado dos nossos vários problemas.
Que saibamos isto, que decidamos seguir por esse caminho de exigir porque é o que conseguimos trilhar, não me parece mal.
Lamentável é quando procuramos erigir em virtude as nossas incapacidades.
1. Paridade - Uma espécie de: se te dou monogamia, tens de me dar também.
Argumento que, a ser aplicado a muitas situações de uma vivência conjugal, daria confusão.
Será legítima / defensável, essa exigência?
2. "Solidão" - se a "nossa" pessoa estiver com outra, estaremos sós.
Por algum motivo
Se a "nossa" estiver a trabalhar;
Com a prole de outras relações;
Em hobies não partilhados;
Esse argumento não parece ter um peso determinante.
3. A dificuldade em gerir as emoções:
Os ciúmes / sentimento de posse, o medo de perder a outra pessoa, de ser "pior"...
--//--
Independentemente das nossas motivações parece-me que a exigência é o resultado dos nossos vários problemas.
Que saibamos isto, que decidamos seguir por esse caminho de exigir porque é o que conseguimos trilhar, não me parece mal.
Lamentável é quando procuramos erigir em virtude as nossas incapacidades.
MONOGAMIA COMO FORMA DE IMPOSIÇÃO
Existem, creio eu, duas formas de vivenciar a monogamia.
(1) Uma, através da tentativa da sua "imposição", nem que seja através de critério de exclusão inicial ou "ameaça" de fim do relacionamento.
(2) A outra, como escolha exclusivamente pessoal do nosso sentir e comportamento sem que haja imposição, retaliação / perda de "privilégios" para a outra pessoa.
(1) É norma na nossa sociedade.
(2) Pela minha experiência, será algo muito raro.
A pessoa dirá algo como:
Assim, sem mais cláusulas.
(1) Consiste não apenas numa decisão pessoal sobre a vida da própria pessoa, mas também numa tentativa de controlo sobre o comportamento e, por vezes, do sentir de outras pessoas.
Pode até revestir-se de uma coincidência de imposições de ambas as partes envolvidas:
"Se quiseres estar comigo = monogamia" que se assume em simultâneo e de livre vontade e que, claro, deve ser respeitado.
Mas convinha que houvesse consciência que se está a impor algo a outra pessoa e que apenas funciona porque a imposição é mútua.
E como seria em (2)?
Para que houvesse uma relação monogâmica sem tentativa de subjugar a outra pessoa à nossa vontade / necessidade, alguém diria:
Vou praticar a monogamia, mas tu tens a liberdade de fazer como sentes sem que isso coloque em causa a nossa relação.
A outra pessoa responderia: sinto exactamente o mesmo!
Bingo!
Teríamos uma relação monogâmica sem medo de retaliações, sem tentativa de imposições, respeitando na íntegra a outra pessoa, a sua forma de se relacionar.
Suponho que numa relação todas as pessoas procurem impor algo, nem que seja o respeito pela sua integridade física ou a sua propriedade privada - por exemplo - sendo saudável que assim seja.
.
Mas como é que querer manter a nossa liberdade de sentir/agir justifica o cercear da alheia?
(2) A outra, como escolha exclusivamente pessoal do nosso sentir e comportamento sem que haja imposição, retaliação / perda de "privilégios" para a outra pessoa.
--//--
Geralmente alguém declarará algo como:
Se quiseres estar comigo será em exclusividade.
Ou:
No dia em que estiveres com outra pessoa, estará tudo acabado entre nós.
(2) Pela minha experiência, será algo muito raro.
A pessoa dirá algo como:
Sou monogâmic@.
Quando amo alguém / estou num relacionamento, não quero / tenho vontade de estar com outras pessoas.
Assim, sem mais cláusulas.
--//--
Pode até revestir-se de uma coincidência de imposições de ambas as partes envolvidas:
"Se quiseres estar comigo = monogamia" que se assume em simultâneo e de livre vontade e que, claro, deve ser respeitado.
Mas convinha que houvesse consciência que se está a impor algo a outra pessoa e que apenas funciona porque a imposição é mútua.
E como seria em (2)?
Para que houvesse uma relação monogâmica sem tentativa de subjugar a outra pessoa à nossa vontade / necessidade, alguém diria:
Vou praticar a monogamia, mas tu tens a liberdade de fazer como sentes sem que isso coloque em causa a nossa relação.
A outra pessoa responderia: sinto exactamente o mesmo!
Bingo!
Teríamos uma relação monogâmica sem medo de retaliações, sem tentativa de imposições, respeitando na íntegra a outra pessoa, a sua forma de se relacionar.
--//--
Suponho que numa relação todas as pessoas procurem impor algo, nem que seja o respeito pela sua integridade física ou a sua propriedade privada - por exemplo - sendo saudável que assim seja.
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Mas como é que querer manter a nossa liberdade de sentir/agir justifica o cercear da alheia?
quinta-feira, maio 07, 2020
domingo, março 01, 2020
quarta-feira, janeiro 29, 2020
sábado, dezembro 21, 2019
De facto... há formas de o fazer sem ser necessário entrar em relações.
"As relações são uma forma dispendiosa de ver alguém, lentamente, gostar cada vez menos de nós".
sexta-feira, maio 18, 2012
segunda-feira, maio 14, 2012
5 Countries That Do It Better: How Sexual Prudery Makes America a Less Healthy and Happy Place
Sexual attitudes in Europe are the stuff of the Christian Right's nightmares — yet many of those societies are better for having more open attitudes toward sexuality.
quarta-feira, maio 09, 2012
Amor: definível ou não, eis a questão
Quando se diz que o amor não é racionalizável, não se estará a racionalizar o amor? Quando se tenta defini-lo ou quando se defende que não se define o amor, não se está a racionalizar o amor?
Não creio que seja possível ao Ser Humano, desde que não tenha qualquer problema cognitivo e/ou neurológico, não racionalizar sobre o que sente.
Tal como com a questão do amor incondicional, quando falo com alguém sobre o que é (ou não é) o amor e se é possível ou não, definir o amor, se essa pessoa ama outra, consegue definir (logo, racionalizar) o que sente.
Até porque, se não tivéssemos uma definição, mesmo que mínima (e não consciente) do que é o amor, como poderíamos dizer que determinada pessoa nos ama?
E como saberíamos distinguir o amor do ódio?
Se nós não racionalizássemos os nossos sentimentos, será que teríamos consciência dos mesmos? Não seríamos "apenas" animais que sentem, mas que não pensam?
Não creio que seja possível ao Ser Humano, desde que não tenha qualquer problema cognitivo e/ou neurológico, não racionalizar sobre o que sente.
Tal como com a questão do amor incondicional, quando falo com alguém sobre o que é (ou não é) o amor e se é possível ou não, definir o amor, se essa pessoa ama outra, consegue definir (logo, racionalizar) o que sente.
Até porque, se não tivéssemos uma definição, mesmo que mínima (e não consciente) do que é o amor, como poderíamos dizer que determinada pessoa nos ama?
E como saberíamos distinguir o amor do ódio?
Se nós não racionalizássemos os nossos sentimentos, será que teríamos consciência dos mesmos? Não seríamos "apenas" animais que sentem, mas que não pensam?
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